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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Criatividade & Design: o que filosofar tem a ver com isso ?



Que Design é associado a criatividade todo mundo sabe. Há diversos estudos sobre o processo criativo do designer, e sobre como se dá a heurística por trás de insights, feelings, saltos qualitativos em formas de pensar e ver as coisas.

Mas o que filosofar tem a ver com isso?


Associada ao raciocínio abstrato, a Filosofia
também é uma forma de refinar a intuição


Segundo Françoise Raffin, autora de "Pequena Introdução à Filosofia", tem muito a ver. A autora diz que a Filosofia não é (apenas) um campo de conhecimentos livrescos, cristalizado, mas é uma experiência, uma forma metódica de encarar a realidade com abertura e, com isso, manter-se criativo.

Todos que praticarem a forma filosófica de encarar o dia-a-dia se tornarão mais criativos. E como se dá isso?

Raffin faz uma brilhante exposição ao longo das 194 páginas do livro, que eu resumo desta forma:

Fase 1 - IMAGINAÇÃO DESPRENDIDA DO REAL IMEDIATO

1 - A pessoa parte de sua experiência sensorial, concreta, numa visão ingênua, sem questionamentos. Essa é a matéria-prima.

2 - Percebe que sua visão das coisas está cheia de mal entendidos, confusões, ilusões, e diferente da dos outros

3 - Os conflitos de entendimentos do item anterior geram desconforto, inquietação, dúvidas, espanto. A pessoa passa a imaginar formas possíveis de resolver esses problemas.

Fase 2 - A CRIAÇÃO DO PLAUSÍVEL

4 - Formula maneiras alternativas de pensar a realidade, diferente das comuns, mas mais aceitas, da palavra das autoridades no assunto e da tradição. O que importa aqui é gerar ideias meramente plausíveis.

5 - Expressa esses insights em alguma linguagem compreensível para si mesma e para os outors .

Fase 3 - O REFINAMENTO RUMO AO SENSATO

6 - Expõe suas visões para os outros, e confronta ideias através de debates sensatos e regrados, visando chegar a um entendimento mais refinado. Procura nos outros uma maneira de refinar suas concepções. 
O que existe? O que poderia existir ?

7 - Prototipa teorias e testa esses modelos no laboratório do diálogo. Aplica de técnicas e regras de produção  oriundas também da experiência do outro. Entende que refutações, polêmicas e crises criativas são parte do jogo, e devem ser encaradas de maneira racional.

Fase 4 - A CONCLUSÃO: CHEGANDO AO NOVO

8 - Usa de critérios lógicos para decidir quando sua criação está completa. Isto é, filtra racionalmente todas as suas ideias plausíveis e sensatas (que passaram pelo crivo dos outros), até que reste algo não meramente promissor, mas sim "que pára em pé".

Filosofar envolve todos esses comportamentos, que remetem a sensatez, racionalidade, diálogo e abertura ao novo. Por isso ser criativo, seja no Design ou qualquer outra área de saber, pede uma atitude filosófica, no lugar de uma dogmática.




Referência do livro: clique aqui.



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