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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Entendendo os procedimentos de pesquisa com usuários




Precisamos pesquisar
o usuário. E agora???

Com o Design Centrado do Usuário e iniciativas afins cada vez mais os designers estão falando de comportamento humano. E, especialmente, da necessidade de entendê-lo para melhor projetar. De fato, mais e mais precisarão pesquisar o usuário a nível comportamental. Contudo esse profissionais não foram preparados para isso na graduação. E agora, designers?

Em parte essa imensa lacuna de repertório explica o surgimento de pós-graduações onde designers basicamente aprendem como trazer o "lado Humanas" para seus trabalhos. 

Acontece que eu fiz o caminho inverso: comecei na Psicologia, estudando bastante como analisar o comportamento das pessoas, e depois fui buscar aplicações disso no Design (quem diria, achei várias). Por causa dessa experiência vejo que os designers precisam se familiarizar com certos procedimentos de pesquisa com pessoas. 


Teste laboratorial de usabilidade

Sendo bem sucinto, defendo que há 2 grandes procedimentos de pesquisa dos quais derivam todos os outros:  a observação e a experimentação. E não esses dois à toa. Trata-se dos dois grandes pilares da pesquisa em Ciências Naturais como um todo (E como sou da turma da Análise Comportamental sou um entusiasta das Ciências Naturais).


OBS: Grosso modo, um experimento também é uma observação, só que em condições controladas e com intervenções planejadas. Logo, tudo gira em torno de ser um bom observador.

Ocorre que observação e experimentação podem ser vistas como extremos de uma mesma escala:



O motivo dessa organização está no fato de que observar é o procedimento mais fácil e barato de todos, e experimentação, o mais caro e desafiador de realizar. Por outro lado, observações costumam trazer dados mais dúbios, correlações por vezes mal explicadas. Ao passo que experimentações geram mensurações precisas, evidências de causa-efeito. Resultados de experimentos são de um modo geral mais confiáveis, gozando de mais status científico.

Logo:




Por causa desse estado de coisas a observação, e os mais próximos desse polo,  costuma ser o procedimento mais usado. Até banalizado, por vezes ("Ah, eu sei, vou dar uma olhada só e tá bom"). Mas não despreze o poder de uma observação bem feita: ela rende muita informação pertinente! Nem pense que experimentação é para poucos eleitos em laboratórios de ponta. Dependendo de algumas circunstâncias dá sim para realizar experimentos até de baixo custo (Falarei disso outro dia aqui no blog).

Pois bem, anteriormente eu disse que todos os procedimentos de pesquisa com usuário se encontram em algum ponto na escala entre Observação e Experimentação.

Quais seriam eles? Como se organizam na escala?


Eis uma forma de responder a essas questões:


Tem muita coisa que faltou ali na lista de procedimentos de pesquisa. E cada um dos itens que está ali em cima em azul renderia muito pano pra manga pra ser apresentado, explicado, discutido. Mas penso que o diagrama ali em cima ajuda a visualizar do que estou falando em termos de distribuição dos procedimentos de pesquisa no eixo Observação-Experimentação. Me refiro ao fato de que por mais que os procedimentos de pesquisa com pessoas sejam variados, eles obedecem uma progressão de precisão que coincide com o crescimento do custo, controle de condições e dificuldade de aplicação.

Em outros posts voltarei a falar de procedimentos de pesquisa. E mais que isso: como tratar os dados obtidos através deles e apresentar na forma de informações pertinentes a um projeto. 

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